quinta-feira, 5 de setembro de 2013

“A paciência faz contra as ofensas o mesmo que as roupas fazem contra o frio; pois, se vestires mais roupas conforme o inverno aumenta tal frio não poderá afetar. De modo semelhante, a paciência deve crescer em relação às grandes ofensas; tais injúrias não poderão ofender tua mente”.
Leonardo da Vinci, 1452-1519, Pensieri,87.
  
Se todos revidassem na mesma intensidade as ofensas recebidas, o mundo viveria em guerra. Uma ofensa só nos machuca quando nós permitimos, ou seja, só quando lhe damos importância e ficamos debaixo de “seus pés”, mas se nos revestimos de paciência, relativizando sua intensidade, ela não nos atinge. Uma flecha lançada contra um pássaro só o fere quando o atinge, mas se ele estiver voando alto, como uma águia, longe de seu alcance, ela não o atinge e o lançamento de flecha será inútil. Assim, não deixe que ofensas tirem seu bom humor, seja mais forte, voe alto nas asas da paciência.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

“Quem vive da fonte que jorra da encosta não sabe do rio que a montanha guarda”.
Helena Kolody, poetisa paranaense, 1912-2004.
  

Aparência humilde pode esconder grandes tesouros. Na cidade de Belém, um casal de aparência humilde, com a mulher prestes a dar à luz, não encontrou abrigo. Havia um grande senso, o que fez com que a cidade recebesse muitos visitantes. Para quem conseguia hospedar alguém, era garantia de lucro. Assim, este casal pobre teve que buscar fora da cidade sua guarida. Os moradores de Belém perderam a oportunidade de passar para a história, pois o menino que nascera era um enviado de Deus. Os detalhes de seu nascimento são eternos. Assim, vá além da aparência, busque a essência, e descobrirá grandes tesouros ocultos nos corações das pessoas.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

“Para quem viaja ao encontro do sol, é sempre madrugada”.
Helena Kolody, poetisa paranaense, 1912-2004
  

O que caminha em direção ao sol é alguém que empreende a viagem do conhecimento (pode ser também o caminho dos valores, virtudes etc.). Na medida em que se aproxima do sol (fonte de luz), cada vez mais vai se iluminando e diluindo as nuvens da ignorância, vai rompendo as trevas das dúvidas e a madrugada (que é a primeira a dar as caras quando a noite se vai) com seus primeiros raios de claridade (a clareza, conhecimento) desponta na vida do amigo do saber (filósofo). Por outro lado, quanto mais se caminha em direção do sol, mais consciência se tem das próprias trevas, daí ser sempre madrugada.

quinta-feira, 11 de julho de 2013


“É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão”.
Stephen R. Covey


Com persistência e paciência conseguiremos realizar tudo o que almejamos. O autor Covey compara com o bambu chinês nossa atitude perante os desafios. O bambu leva cinco anos só trabalhando suas raízes, com apenas um diminuto broto na superfície. Após este tempo ele cresce vinte e cinco metros de altura. Sua resistência é tanta que ele é capaz de se curvar até o chão diante dos grandes ventos; tão logo cessem, volta ao normal. Ele nos ensina a importância do tempo para construirmos uma boa base antes de realizarmos algo, assim não cairemos diante dos primeiros ventos. Ao mesmo tempo, termos a flexibilidade suficiente para ceder quando o vendaval for muito forte, tendo nas raízes a sustentação, para que tão logo cesse voltarmos mais forte que antes.

quinta-feira, 20 de junho de 2013


“Não é o tempo que voa, sou eu que vou devagar”.
Helena Kolody, poetisa paranaense, 1912-2004



A sensação do tempo depende de nosso estado de espírito, mas o tempo cronológico tem sua cadência própria, igual todos os dias, então por que achamos que o tempo tem passado mais rápido? Penso que são dois os motivos; o primeiro é que cada vez mais estamos acomodados, queremos tudo à mão, preferimos ficar sentado em frente a um aparelho de TV do que caminhar ou ler um bom livro, aproveitando bem o dia. Com isso, ficamos mais lentos. O segundo motivo é que as facilidades da tecnologia aceleram as atividades que normalmente dependiam de um deslocamento, entregando-as em nossa casa, ao mesmo tempo em que facilitaram nosso trabalho e estudo. Assim, temos a sensação de que o tempo voa, por que nos acomodamos no conforto tecnológico enquanto nossa saúde mental e nossa vida estão cada vez mais “devagar”.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

“Se todos os homens soubessem o que os outros dizem a seu respeito, não haveria quatro amigos no mundo”

Blaise Pascal, matemático francês, 1623-1662.

   Algo dito sem pensar é semelhante a um atalho, pretende encurtar distância, mas pode se transformar no mais longo e penoso caminho. Quando olhamos para um espelho, vemos nossa imagem refletida. Da mesma forma, quando falamos de alguém, projetamos o que de mais incômodo temos em nós na figura do outro, para apreciá-lo na reação de quem nos ouve. Assim, o que mais nos incomoda no outro é uma projeção de nosso eu. Não deixe que comentários a seu respeito tirem a sua paz, aproveite o que disseram de você para conhecer melhor seu amigo e pense no que diria alguém, para se conhecer melhor.
   Lembre-se do que nos ensinou Jesus: “quem nunca errou, atire a primeira pedra”. Pense antes de falar.

   Agindo assim estarás semeando união em vez de discórdia.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A melhora da morte

   

Foi na fazenda Quaresma que observamos um caso muito interessante. Dona Carmem sofreu um AVE – Acidente Vascular Encefálico – passou muitos dias internada, mais depois foi liberada pelos médicos que não a desenganaram, mas também não mostraram grandes esperanças.
 O fato é que Dona Carmem estava convalescente e a família era muito cuidadosa e supria todas as necessidades da enferma. Porém havia um vizinho muito pessimista que se chamava João e todo dia na boquinha da noite ia visitá-la, ficando em sua residência até as 22 horas em conversa com a família da mesma. 
 Só que João não tinha outra conversa, senão essa: 
 - Dona Carmem está mal, quem era Dona Carmem tão trabalhadora, tão ativa. 
 Os filhos se entristeciam com os comentários de João, mas respeitavam a presença do vizinho. 
 Com o passar dos dias Dona Carmem foi piorando todas as noites, toda vez que chegava a hora do amigo visitá-la a enferma começava a piorar dos sintomas que sofria. João como era pessimista não perdia a oportunidade: 
 - Pobre Dona Carmem, pelo visto de hoje não passa. Mas é até bom que Deus venha logo pegá-la, assim evita mais sofrimento. 
 No outro dia Dona Carmem acordava melhor e assim por diante. Mais como observamos João era muito inoportuno, pois todas as vezes que ele a visitava pela noite e as filhas comentavam a sua melhora João ia logo dizendo: 
 - É a melhora da morte. 
 Passou semanas assim, Dona Carmem melhorava e quando era à noite João dizia que era a melhora da morte e Dona Carmem ia e piorava. Dona Carmem melhorava de dia, João à noite comentava que era a melhora da morte e Dona Carmem piorava... 
 Raimunda filha mais velha de Dona Carmem era médium, mas nunca passou nem em frente de um centro espírita. Devia ser por isso que era extremamente mal humorada e toda vez que João chegava Raimunda dizia:
 - Lá vem Belita (que era a filha mais nova de Dona Carmem) João a rasga mortalha, o mau agouro, o Belzebu. 
 - Que é isso Raimunda? João não é mal é só um filho de Deus.
 - É nada Belita, João só vem aqui para matar mamãe.
 Raimunda não conseguia disfarçar, não tratava João bem de jeito nenhum e continuava o ciclo que duravam meses. 
 Dona Carmem melhorava pela manhã e a noite João Dizia que era a melhora da morte. E que podiam procurar a vela para colocar na mão de Dona Carmem, que por causa das energias negativas de João só piorava. 
 O ciclo foi interrompido quando Raimunda perdeu a razão. Quando João disse dentro do quarto que Dona Carmem só tinha melhorado por que era a melhora da morte, Raimunda pegou uma panela de barro e quebrou na cabeça de João o pegou pela camisa e o jogou no terreno e disse: 
 - Vá embora João, mamãe está assim por sua causa, você é o correio da má notícia. 
 João se melindrou e passou um bom tempo sem ir visitar Dona Carmem. 
 Belita convenceu Raimunda a perdoá-lo, fizeram um bolo e chamaram João. Mais foi perdido, pois ele voltou a dizer: 
 - Como está Dona Carmem? 
 - Está bem João! Respondeu Belita. 
 - Mas deve ser a melhora da morte.
 Raimunda que estava com uma panela de sopa quente, pensou em jogá-la em João. Mas um preto velho que se aproveitou do bom estado mediúnico de Raimunda que tinha perdoado João tocou a médium na cabeça e a conduziu até João e disse: 
 - Meu filho João, não diga mais isso não meu filho. Mamãe precisa é de ajuda, vamos todos orar por ela. 
 - Oxe Belita me diz o que foi que deu em Raimunda que ela está tão calma? 
 - Não é nada não meu filho, estou assim por que quem tem raiva tem doença. 
 Todos oraram, João parou de dizer aquela frase inoportuna e Dona Carmem se restabeleceu, voltou a andar tem apenas uma perna dormente e um braço espástico. 
 A melhora da morte é um fenômeno que existe, André Luiz já estudou isso e nos esclarece que é um auxílio dos mentores espirituais que promovem uma pequena melhora no enfermo para que a família de uma vez se desprenda para que não aja interferência no corte dos laços. Mas nesse caso a melhora era de vida já o pessimismo de João é que era de morte. 


Médium:  Anderson Rolim de Brito
Data da Psicografia: 06/10/2012
Espírito: Rui Kantizanni